FLORAIS E HOMEOPATIA

As essências florais também diferem dos remédios homeopáticos, embora essas duas modalidades de cura tenham muito em comum em termos históricos, filosóficos e práticos.

Ambos os tipos de remédios têm uma natureza vibracional e, portanto, são fisicamente diluídos. Cada um deles age como um catalisador do processo de cura da pessoa, em vez de suprimir ou controlar os sintomas.

Ambas as modalidades tratam a pessoa e não a doença, e procuram aliar o remédio à situação específica do indivíduo.
O Dr Edward Bach trabalhou como médico homeopata antes de desenvolver suas essências florais e hoje os homeopatas estão entre os que mais prontamente reconhecem a eficácia da terapia floral.
Há, contudo, significativas diferenças entre as essências florais e os remédios homeopáticos. Bach descreveu claramente o desenvolvimento das essências florais como um rompimento com a homeopatia, afirmando que as essências não seguem a Lei dos Semelhantes, a qual é a própria definição da medicina homeopática.

Se as essências florais não seguem a Lei dos Semelhantes da homeopatia, poderíamos então dizer que elas são uma expressão da Lei dos Contrários, que é a base da medicina alopática e supressora de sintomas? Bach aparentemente acreditava que os remédios florais agiam através dos contrários no interior da alma, dizendo que eles "inundam nossa natureza com a virtude particular de que necessitamos, e lavam de nós a falha que está causando o dano."Contudo as pesquisas desenvolvidas ao longo dos últimos 20 anos indicam que isso seria uma simplificação excessiva.
Ao invés de agir por semelhantes ou por contrários, a ação transformativa das essências florais é uma expressão da integração das polaridades no interior da nossa psique, tal como entendido pela alquimia e pela psicologia junguiana.

Por exemplo, a essência floral Mimulus dirige-se aos medos da vida cotidiana; ela não cria o medo quando dada em grandes doses a um individuo saudável que não tem esses medos, como seria de esperar se ela seguisse a Lei dos Semelhantes da homeopatia.

E Mimulus tampouco elimina o medo, como faria uma droga tranqüilizante que operasse pela Lei dos Contrários da alopatia. Uma pessoa que toma a essência floral Mimulus pode tornar-se mais agudamente consciente da existência de um estado de medo, talvez antes oculto de sua percepção consciente.
Ao mesmo tempo, Mimulus encoraja tal pessoa a enfrentar esses medos, despertando nela a força anímica necessária para ir ao encontro de tais desafios. Portanto, podemos dizer que Mimulus trabalha com a polaridade medo e coragem, habilitando a alma a alcançar um nível mais elevado de integração. Ao invés de eliminar o medo, Mimulus nos ajuda a ter a coragem de enfrentar o medo.

Entendida deste modo, a Terapia Floral aplica a Lei Alquímica da União dos Opostos, pela qual os pólos opostos são integrados numa síntese mais elevada.

Além disso, as essências florais e os remédios homeopáticos são preparados de maneira diferente. Enquanto os remédios homeopáticos têm sido feitos de quase todas as substâncias e de qualquer parte da planta, as essências florais são feitas exclusivamente com a flor. Por essa razão, as essências florais também devem ser distinguidas dos diversos remédios vibracionais preparados com outras partes da planta ou com substâncias animais ou minerais, tais como as essências marinhas e os elixires minerais.

É a flor, especificamente, que se utiliza no preparo das essências florais, pois é no processo de floração que as qualidades anímicas da Natureza juntam-se à forma e substância da planta. Assim, a essência floral torna-se um veículo de comunicação entre a alma da Natureza e a alma humana.

Mesmo quando os remédios homeopáticos são feitos de flores, sua preparação é diferente daquela das essências florais. A substância-mãe homeopática consiste em uma tintura ou extração alcoólica da planta macerada, que é então diluída e dinamizada, em geral inúmeras vezes, para produzir o remédio.

As essências florais são preparadas através da infusão da flor inteira em água, processo no qual o preparador trabalha em conjunto com as condições ambientais e meteorológicas circundantes de modo muito consciente. Por essa razão, dizemos que as essências florais são feitas no "laboratório da Natureza", no hábitat natural da flor silvestre ou num jardim onde as flores podem florescer sob condições ideais.

As essências florais são usadas somente em primeira ou segunda diluições, e, no entanto atingem diretamente a mente e as emoções. Elas causam efeito na psique de uma maneira suave, deixando, no geral, a consciência escolher livremente como responder à sua influência.

Os remédios homeopáticos usualmente precisam ser elevados até uma potência muito mais alta para afetarem os estados mentais e emocionais. Muitos terapeutas acreditam que tais potências atuam sobre a psique de uma maneira mais persuasiva do que o fazem as essências florais.

Desse modo, os remédios homeopáticos de alta potência têm algumas similaridades com as drogas farmacêuticas, devendo sempre ser usados com extrema cautela e por terapeutas muito habilidosos.

Os remédios homeopáticos de baixa potência, por outro lado, trabalham mais diretamente com o aspecto físico-etérico do ser humano e são, portanto, mais similares aos remédios fitoterápicos.

As essências florais combinam a segurança dos remédios homeopáticos de baixa potência com a capacidade de estimular a consciência dos remédios de potência mais alta. As essências florais criam um diálogo com a alma, em vez de lhe ditar ordens.Também no modo de uso as essências florais diferem dos remédios homeopáticos. Um caso homeopático envolve extensa catalogação de sintomas, geralmente com grande ênfase nas condições e hábitos físicos, que formam um quadro do corpo etérico ou vital da pessoa. O terapeuta procura então encontrar a melhor combinação entre a lista de sintomas apresentados pelo paciente e a lista de indicações dos remédios.

Por outro lado, a terapia floral correlaciona um "arquétipo" ou "mensagem" de uma planta com uma qualidade específica da alma ou psique humana. Embora os sintomas físicos e outros sintomas ofereçam pistas quanto aos problemas interiores, escolher uma essência floral é mais do que comparar uma lista de sintomas com uma lista de indicações.
Mais exatamente, a ênfase é dada na identificação dos problemas e lições subjacentes, como meio de pintar um "retrato da alma" do individuo. Esse retrato é então correlacionado com uma ou mais essências florais cujas configurações vibracionais incorporam aquelas qualidades e processos.

Desse modo, fica claro que as essências florais não são remédios homeopáticos, embora ambos pertençam à categoria mais ampla de remédios energéticos ou vibracionais. Pode haver confusão neste ponto porque algumas marcas de essências florais são rotuladas como drogas homeopáticas para fins de regulamentação ou importação. Tal rotulagem é infeliz e incorreta, mas de modo algum invalida as diferenças filosóficas e práticas entre essas duas modalidades de cura.

NOTAS

A Lei da Similitude –

“Semelhante cura semelhante”. Os remédios homeopáticos muitas vezes reproduzem vibracionalmente as doenças físicas numa pessoa a fim de expulsar esse desequilíbrio para fora do corpo. A homeopatia unifica os corpos sutis, mas também atua no nível vibracional da estrutura molecular. Ela representa uma ponte entre a medicina tradicional e a medicina vibracional.

O IV Principio Hermético:
O Principio de Polaridade"Tudo é Duplo; tudo tem pólos;
tudo tem o seu oposto;
o igual e o desigual são a mesma coisa;
os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau;
os extremos se tocam;
todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.

" - O CAIBALION

Este Princípio encerra a verdade:

tudo é Duplo;
tudo tem dois pólos;
tudo tem o seu oposto,
que formava um velho axioma hermético.

Ele explica os velhos paradoxos, que deixaram muitos homens perplexos, e que foram estabelecidos assim: A Tese e a Antítese são idênticas em natureza, mas diferentes em grau; os opostos são a mesma coisa, diferindo somente em grau; os pares de opostos podem ser reconciliados; os extremos se tocam; tudo existe e não existe ao mesmo tempo; todas as verdades são meias-verdades; toda verdade é meio-falsa; há dois lados em tudo, etc., etc.

Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos, e que os opostos são simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença em variação de graus. Por exemplo: o Calor e o Frio, ainda que sejam; opostos, são a mesma coisa, e a diferença que há entre eles consiste simplesmente na variação de graus dessa mesma coisa.

O Princípio de Polaridade explica estes paradoxos e nenhum outro Princípio pode excedê-lo. O mesmo Princípio opera no Plano mental. Permíte-nos tomar um exemplo extremo: o do Amor e o Odio, dois estados mentais em aparência totalmente diferentes. E, apesar disso, existem graus de ódio e graus de Amor, e um ponto médio em que usamos dos termos Igual ou Desigual, que se encobrem mutuamente de modo tão gradual que às vezes temos dificuldades em conhecer o que nos é igual, desigual ou nem um nem outro. E todos são simplesmente graus da mesma coisa, como compreendereis se meditardes um momento. E mais do que isto (coisa que os Hermetistas consideram de máxima importância), é possível mudar as vibrações de ódio em vibrações de Amor, na própria mente de cada um de nós e nas mentes dos outros.